Angolanos pedem informações sobre estado de ex-ministra
10 de janeiro de 2019Segundo noticiaram vários órgãos de comunicação social, a ex-governante tentou alegadamente o suicídio, na última semana, após ter tomado conhecimento da sua exoneração do cargo de ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher, posto que ocupava há um ano.
Victória da Conceição está internada na clínica Girassol, em Luanda, mas pouco se sabe sobre o seu estado clínico.
O jornal angolano "O País", que cita uma fonte da clínica, noticiou esta semana que a ex-ministra está "fora de perigo", depois de ter sido submetida a seis intervenções cirúrgicas. Mas, até agora, nem a clínica, nem o Governo angolano vieram oficialmente a público falar sobre o estado de saúde da antiga governante ou confirmar as razões do seu internamento.
O ativista angolano Tunga Alberto defende que se preste a devida informação aos cidadãos.
"Num Estado de direito, o Governo angolano tem o dever de prestar informação sobre um acontecimento deste nível. Mesmo que acontecesse a um outro cidadão ou a uma outra cidadã, o Governo tem o dever de fornecer informação, no quadro da Constituição", afirma Alberto.
Direito a ser informado
"O silêncio prolongado gera especulação", comenta o jornalista angolano Fernando Guelengue. E os cidadãos têm o direito a ser informados: "As instituições públicas devem fazer um serviço público de qualidade na prestação de informação ao público, porque a informação gera uma compreensão social e todo um discernimento social coeso."
Guelengue defende a criação de uma comissão que preste informações aos cidadãos, para se evitar que haja especulação sobre o estado de saúde da ex-ministra.
"Pode-se criar uma comissão conjunta, com elementos do Governo, da família e pessoal da equipa médica, que, por meio de uma conferência de imprensa, pudesse expor todos os elementos", sugere.
Victória da Conceição, de 64 anos, é psicóloga especializada e foi eleita deputada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola, partido no poder, nas últimas eleições gerais. Depois, foi nomeada ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher pelo Presidente João Lourenço. Foi exonerada no dia 2 de janeiro.