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EducaçãoMoçambique

Mais antiga universidade moçambicana adia exames de admissão

Lusa
4 de janeiro de 2025

Universidade Eduardo Mondlane adia exames de admissão de 2025 devido a atrasos na realização das avaliações do ensino secundário, na sequência de paralisações e manifestações pós-eleitorais em Moçambique.

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Além da UEM, estão igualmente adiados os exames de admissão para a Universidade Zambeze, na província de Sofala, centro de Moçambique, e para a Universidade Lúrio, em Nampula, norte do país, antes programados para o mesmo período (foto ilustrativa)
Além da UEM, estão igualmente adiados os exames de admissão para a Universidade Zambeze, na província de Sofala, centro de Moçambique, e para a Universidade Lúrio, em Nampula, norte do país, antes programados para o mesmo período (foto ilustrativa)Foto: DW/R. da Silva

"A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) adiou exames de admissão para o ano letivo para permitir que alunos da 12.ª classe do ensino secundário geral realizem os seus exames especiais, que terão lugar na semana de 20 deste mês", declarou Isabel Guiamba, chefe do departamento de admissão da mais antiga instituição de ensino superior moçambicana.

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) vai submeter a "exames especiais" de 20 a 24 de janeiro todos os estudantes da 10.ª e 12.ª classes que não conseguiram realizar os exames nacionais na sequência das paralisações dos professores exigindo pagamento de horas extras e das manifestações pós-eleitorais. 

"Normalmente, existe uma sequência de procedimentos. Primeiro é o MINEDH a avaliar os seus alunos e esses são os que normalmente concorrem aos nossos exames. Então, o adiamento é para permitir que tenham oportunidade de realizar os seus exames especiais e depois os do ensino superior", explicou Isabel Guiamba.

Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) vai submeter a "exames especiais" de 20 a 24 de janeiro todos os estudantes da 10.ª e 12.ª classes
Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) vai submeter a "exames especiais" de 20 a 24 de janeiro todos os estudantes da 10.ª e 12.ª classesFoto: DW/Delfim Anacleto

Calendário académico

A responsável admitiu que o adiamento dos exames, que deviam decorrer entre 7 e 10 deste mês, vai afetar o calendário académico para os novos ingressos, mas avançou que serão feitos "ajustes para acomodar esta situação". 

Um total de 25.247 candidatos vão disputar 4.610 vagas na Universidade Eduardo Mondlane, disse Isabel Guiamba, acrescentando que à Universidade Lúrio concorrem 3.572 candidatos para 795 vagas e para a Universidade Zambeze estão disponíveis 2.305 vagas para 8.328 concorrentes.

A Lusa noticiou que professores moçambicanos ameaçaram boicotar "exames especiais" agendados para alunos que não conseguiram realizar provas nacionais em dezembro face às paralisações da classe e aos protestos pós-eleitorais até o Governo pagar horas extraordinárias em atraso. 

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Crise pós-eleitoral

Moçambique atravessa, desde outubro, uma crise pós-eleitoral, com protestos e paralisações que têm culminado em confrontos violentos entre a polícia e manifestantes que rejeitam os resultados das eleições de 09 de outubro, com quase 300 mortos e mais de 500 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou em 23 de dezembro Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Este anúncio aumentou o caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos - nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.