Quem trava os raptos e assassinatos dos membros do PODEMOS?
8 de janeiro de 2025Em Moçambique, o partido que apoia o candidato presidencial Venâncio Mondlane, o PODEMOS, denuncia um aumento de perseguição políticacontra os seus membros. O porta-voz, Duclésio Chico, aponta o dedo acusador à polícia e às Forças de Defesa e Segurança (FDS) por essas mortes.
Mas a formação garante que não cruzou os braços. Leia a entrevista:
DW: O PODEMOS responsabiliza a polícia e o seu comandante-geral, Bernardino Rafael, pelas mortes. E como é que o partido está a lidar com esta onda de mortes dos seus membros?
Duclésio Chico (DC): É uma situação que já prevíamos, porque houve uma conferência de imprensa por parte da Polícia da Repúbica de Moçambique (PRM) a dizer que o partido PODEMOS é o culpado de todas as situações diversas de criminalidade e vandalismo em Moçambique, o que não constitui a verdade. O partido PODEMOS apela a manifestações pacíficas de modo a pressionar o Governo a trazer a verdade eleitoral. Estas mortes e perseguições são resposta a esta conferência de imprensa tida dias antes, até mês passado, por parte do comandante-geral da PRM, o sr. Bernardino Rafael.
DW: Nesse caso, o PODEMOS responsabiliza a polícia pelas mortes?
DC: Nós responsabilizamos a PRM e também as Forças de Defesa e Segurança (FDS) por essas mortes. Há relatos que há até agentes da polícia, militares e até pessoas que vão às casas dos nossos membros para tirar as suas vidas, estão numa escalonada sem precedentes.
DW: Uma das coisas questionadas no país é que quem tem denunciado esses atos são organizações da socidade civil e não propriamente o PODEMOS - e questiona-se o silêncio do PODEMOS. Porquê o seu partido anda no silêncio diante dos assassinatos dos seus membros?
DC: Em nenhum momento ficamos em silêncio. Metemos uma queixa-crime contra o porta-voz da PRM e, na mesma senda, também submetemos um documento a repudiar esta situações. Já mandamos comunicados também a repudiar este tipo de situação, provavelmente a população não tenha conhecimento, mas em nenhum momento o PODEMOS parou na sua forma cível e política de fazer o trato dessas situações. Estamos atentos a estas situações. Já conversámos com a Liga dos Direitos Humanos para percebermos como podemos parar com esta situação.
DW: E vocês têm um levantamento ao nível nacional do número de mortos, pelo menos após as manifestações, com estas questões de raptos e perseguições?
DC: Neste momento, resgistamos entre 20 a 25 mortos. De frisar que ainda há membros e delegados do PODEMOS a sofrerem perseguição.