7ª Cúpula das Américas
Líderes do continente americano discutem, nos dias 10 e 11 de abril, na Cidade do Panamá, temas como economia e desigualdade social nos países. Em edição histórica, Cuba marca presença pela primeira vez.
Cidade do Panamá
A Cidade do Panamá sedia a 7ª Cúpula das Américas nos dias 10 e 11 de abril. A capital do Panamá tem cerca de 1,5 milhão de habitantes, com arranha-céus e hotéis que dominam a paisagem. Era desta cidade que saíam as riquezas incas para a Europa nos séculos 15 e 16. Hoje, o país é considerado modelo econômico na América Latina, principalmente devido às receitas do Canal do Panamá.
Trinta e cinco chefes
Os encontros ocorrem no Centro de Convenções Atlapa, localizado no centro da cidade. Trinta e cinco chefes de governo e de Estado foram convidados. A Cúpula das Américas ocorre a cada três anos e é preparada pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
Cuba presente
Pela primeira vez, Cuba irá participar da cúpula, algo que até então os Estados Unidos e o Canadá costumavam barrar. Nesta quinta-feira (10/04), o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, tiveram um encontro na primeira reunião de alto nível entre os dois países desde 1958.
Embaixada vigiada
A Embaixada de Cuba na Cidade do Panamá é rigorosamente vigiada, inclusive o trânsito foi desviado. Os delegados de Havana ficaram incomodados que tantos dissidentes tenham viajado até o Panamá. Foram registrados confrontos entre apoiadores e opositores do governo cubano.
Sociedade civil
Não apenas políticos estão presentes no encontro. Representantes da sociedade civil também foram convidados. Lilian Tintori estará presente para reforçar a luta do marido, Leopoldo López, conhecido opositor do governo na Venezuela, preso por razões políticas há 14 meses, em Caracas.
Desigualdade
A desigualdade social é o principal tema do encontro. Chefes de Estado e de governo discutirão o que precisa ser feito para melhorar as condições de vida dos habitantes das Américas. Questão importante no Panamá: os 10% mais ricos da população detêm 40% da renda nacional; os 10% mais pobres ficam com apenas 1,1%. O Banco Mundial queixa-se há anos da desigualdade no Panamá.
Trabalho infantil
Conforme o Unicef, o trabalho infantil é um grave problema a ser combatido no Panamá. A entidade calcula que 50 mil crianças são exploradas nas fazendas de cana-de-açúcar, café e banana do país. Muitos menores ainda trabalham em fábricas e também na indústria da pesca.
Pobreza
Metade das crianças abaixo dos cinco anos vive na pobreza no Panamá. Muitas delas são oriundas de tribos indígenas. Durante a Cúpula das Américas, o trabalho infantil também será abordado. Para os observadores, porém, pouco tende a mudar.