Alemanha apresenta plano de paz para Oriente Médio
9 de abril de 2002O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer (Os Verdes), apresentou aos países-membros da União Européia uma proposta de solução ampla para o conflito no Oriente Médio. Ele sugere, como primeiro passo, a separação completa das partes em conflito.
O plano de paz alemão prevê a retirada de Israel dos territórios ocupados e de suas colônias na Cisjordânia. Ao mesmo tempo, propõe a proclamação provisória da independência de um estado democrático da Palestina. Um quarteto formado pelos Estados Unidos, a UE, Rússia e Nações Unidas deve garantir o processo de paz.
O documento foi elaborado por Fischer com a anuência dos países aliados da Alemanha e será discutido num encontro dos ministros das Relações Exteriores da União Européia, na próxima segunda-feira (15), em Luxemburgo.
Terrorismo - Fischer exige que israelenses e palestinos reconheçam mutuamente o "direito à existência", renunciem à violência e garantam o esclarecimento e a punição de todos os atos terroristas. "Países que continuarem apoiando o terrorismo serão isolados política e economicamente", diz o documento.
A proposta de Fischer prevê ainda que, em dois anos, sejam concluídas as negociações sobre questões ainda em aberto entre Israel e Palestina. O objetivo é atingir, até lá, uma normalização completa das relações entre Israel e os países árabes.
A Comissão Européia elogiou o plano de paz alemão, que está sendo avaliado pelos outros 14 países-membros da UE. "Trata-se de uma contribuição importante para dar um impulso às iniciativas políticas de resolver a crise", disse o porta-voz da Comissão, Gunnar Wiegand.
Consultas - Segundo informações do jornal Süddeutsche Zeitung, Fischer teve o cuidado de consultar o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov, e da França, Hubert Vedrine, bem como com o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, antes de apresentar sua proposta.
O plano de paz será abordado também no encontro informal do chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, no próximo sábado (13), em Chequers, na Inglaterra. Blair já anunciou que seu país dispõe-se a vigiar um cessar-fogo na guerra da Palestina.