Os principais temas do Fórum de Davos
No Fórum Econômico Mundial, debate-se desde comércio e finanças ao terrorismo e o abismo crescente entre pobres e ricos. Sob o slogan "O novo contexto global", encontro com 2.500 participantes vai de 21 a 24 de janeiro.
Fórum com duas faces
Durante o Fórum Econômico Mundial (FEM), a suíça Davos se torna a cidade do mundo com maior densidade de ricos, poderosos e influentes. Em meio ao grande burburinho midiático, eles debatem os temas mais importantes do momento – para "melhorar o estado do mundo", segundo reza o marketing do encontro. Além disso, a portas fechadas realizam-se negócios de grande porte.
Questão de confiança
Klaus Schwab, fundador e presidente do FEM, o vê como uma "plataforma para cooperação pública e privada". Diante de numerosas crises, conflitos e problemas econômicos, é importante restabelecer a confiança numa ordem mundial estável, enfatiza o economista de 76 anos. Ele espera que o encontro em Davos possa contribuir para isso.
Muitos VIPs e temas
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, está em Davos, assim como seu homólogo chinês Li Keqiang, os presidentes da França, François Hollande, e da África do Sul, Jacob Zuma, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry. Além deles, os chefes de grandes bancos e multinacionais. Na pauta, estão temas que vão do terrorismo à mudança climática global, passando, claro, por comércio e finanças.
Terror e crises
Terrorismo, guerras civis e a instabilidade política e social nas regiões árabes encabeçam a pauta do FEM. Também são discutidos a crise da Ucrânia e o continuado conflito entre a Rússia e o Ocidente. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, comparece a Davos, mas não o seu homólogo russo, Vladimir Putin. Na foto, militantes do grupo "Estado Islâmico" na Síria.
Mudança climática e suas consequências
Em Paris, na conferência climática da ONU do fim de 2015, se deverá estabelecer o primeiro acordo vinculativo para proteção do clima em mais de 20 anos. Essa é, pelo menos, a esperança. Sondando as chances para tal, estarão em Davos o ex-vice-presidente americano Al Gore e a secretária-geral da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, Christiana Figueres.
Ebola e diabetes
A epidemia de ebola na África lembra a importância do combate aos vírus. No entanto, doenças não transmissíveis como o diabetes são muito mais mortais: somente em 2014 ele fez 5 milhões de vítima, em todo o mundo. Debatendo o tema no 45º FEM, estarão os presidentes da Guiné e do Mali, a presidente da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, e vários especialistas.
Política financeira e zona do euro
Quando o Federal Reserve dos EUA elevará as taxas de juros, quando o Banco Central Europeu vai comprar títulos de dívida pública? E o que será da zona do euro, se na Grécia a aliança de esquerda Syriza vencer as eleições? Diversos chefes de bancos centrais debatem a respeito, também com a participação de Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Questões de energia
A queda dos preços do petróleo representa dificuldades para os países produtores, e coloca em questão o futuro da extração por fraturamento hidráulico ("fracking"). Para outros, a tendência é uma bênção: as montadoras registram faturamento recorde. A diretora-executiva da GM, Mary Barra, estará em Davos, assim como os chefes de conglomerados de petróleo e energia e o secretário-geral da Opep.
Tecnologia do futuro
Tecnologia do futuro Em 2014, com sua plataforma de "e-commerce" Alibaba, o chinês Jack Ma estreou na Bolsa de Valores com o maior capital da história do mercado de ações. Em Davos ele conversará, com representantes de outras firmas de TI, sobre como a tecnologia transforma a vida contemporânea. Estão altamente representadas no fórum a Microsoft, Yahoo, Google e Facebook, entre outras.
Desigualdade crescente
O Fórum Econômico Mundial não quer ser visto apenas como o encontro anual dos ricos e poderosos. Assim, se discutirá tanto sobre o abismo crescente entre pobres e ricos, como sobre o número cada vez maior de refugiados (na foto: africanos chegados de barco à costa italiana). Outras presenças: os presidentes do Banco Mundial e da Organização Mundial de Comércio, e o multibilionário Bill Gates.
A portas fechadas
Em Davos não se tomam decisões politicamente vinculativas – embora não esteja excluída a possibilidade de os participantes saírem levando algumas ideias novas consigo. Certo é que, a portas fechadas, se realizam ou pelo menos se iniciam negócios de peso. "Três dias em Davos poupam meses de viagens", resume – incógnito – o representante de um grande banco de investimentos.