Problemas com a língua
10 de agosto de 2007De acordo com um teste realizado na Renânia do Norte-Vestfália, quase um quinto das crianças de 4 anos do estado têm problemas para falar a língua alemã e precisam de reforço antes de ingressar na escola.
No total, 34 mil crianças no estado mais populoso da Alemanha receberão esse apoio a partir da semana que vem, segundo a secretária da Educação, Barbara Sommer, e o secretário da Família, Armin Latschet. São quase 19% das 180 mil crianças que em dois anos estarão indo à escola.
A primeira etapa do teste consistia numa brincadeira com palavras, na qual as crianças foram observadas por educadores. Em 64 mil casos houve dúvidas de que os conhecimentos de alemão correspondessem à idade. Foi realizada então uma segunda etapa com essas crianças e outras 25 mil que não freqüentam uma creche ou faltaram ao teste inicial. Dessas 89 mil crianças, 34 mil apresentaram problemas com o idioma.
Diferenças na cidade e no campo
Sommer disse que o resultado corresponde às expectativas. Nos bairros problemáticos das grandes cidades, o número de crianças com dificuldades linguísticas ultrapassa a média: até um terço delas precisam de aulas extras de alemão. Nas cidades menores, apenas 10% apresentaram dificuldades. Das crianças que não freqüentam uma creche, 40% não possuem bons conhecimentos de alemão falado.
"Todas as crianças desde o primeiro dia de aula devem dominar o idioma em um nível correspondente à sua idade", afirmou Laschet. Para cada criança necessitada, as creches do estado receberão 340 euros por ano, para financiar 200 horas de reforço linguístico.
Imigrantes e alemães têm dificuldades
A Renânia do Norte-Vestfália foi o primeiro estado a introduzir o teste obrigatório de conhecimentos do idioma, que deverá ser aplicado também em outros estados. Segundo Laschet, crianças de famílias imigrantes precisam de mais "tempo e atenção para aprender a língua alemã", mas também crianças de famílias alemãs apresentam problemas.
"Crianças de famílias imigrantes têm um déficit linguístico mais alto do que as alemãs, o que não significa que para estas esteja tudo em ordem. A falta de comunicação em casa e os pais que permitem aos filhos ficar horas em frente à televisão ou ao videogame são preocupantes e mostram que os alemães também precisam deste apoio", observou o jornal Rheinische Post, de Düsseldorf. (jv)