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PolíticaEspanha

Catalunha: Socialistas vencem, mas separatistas são maioria

15 de fevereiro de 2021

Forças independentistas rejeitaram de antemão uma coalizão com os socialistas, liderados por Salvador Illa. Esquerda catalã quer agora unir partidos separatistas em torno de governo comum.

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Salvador Illa
Salvador Illa chegou na frente, mas vai ter dificuldade para formar um governoFoto: Jan-Philipp Scholz/DW

Os socialistas foram os mais votados nas eleições na Catalunha, mas o conjunto dos partidos independentistas obteve mais da metade dos votos, segundo os números oficiais desta segunda-feira (15/02).

Com 98% dos votos contabilizados, o Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC-PSOE) é o mais votado, com 22,9% e 33 deputados eleitos para o parlamento regional.

O segundo partido mais votado é a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), independentista, que tem 21,3% dos votos e 33 deputados, ficando desta vez à frente do Juntos pela Catalunha (JxC), também independentista, do antigo presidente do governo regional Carles Puigdemont, que obteve 20,1% e 32 lugares.

Juntos, os partidos independentistas passaram de 70 para 74 assentos no Parlamento regional de 135.

Formação de governo

Diante dos resultados, tanto o candidato dos socialistas, Salvador Illa, como o candidato da ERC, Pere Aragonès, reivindicaram a chefia do governo regional.

O candidato socialista, que foi ministro da Saúde do primeiro-ministro Pedro Sánchez, quer justamente tentar convencer a ERC, que é do mesmo campo político, a abandonar a lógica independentista que ela prometeu manter e embarcar numa eventual aliança.

A tarefa de Illa parece quase impossível, pois, na reta final da campanha eleitoral na Catalunha, os partidos independentistas assinaram um documento para que não houvesse pactos pós-eleitorais com o PSC.

Assim, Aragonès anunciou que via defender a sua investidura e que pretende um governo amplo com todas as forças pró-soberania, descartando na prática uma aliança com os socialistas.

Ele disse que pretende negociar um governo conjunto de todos os partidos a favor da autodeterminação e da anistia do que chamou de "presos políticos", condenados por terem participado da tentativa de independência de 2017.

De Bruxelas, onde está exilado, Puigdemont enalteceu o "extraordinário resultado" das eleições de domingo para o parlamento regional, que "mostrou ao mundo que foi suplantada uma repressão duríssima de três anos e meio".

Demais resultados

O Vox, da extrema direita espanhola, aparece em quarto lugar, com 7,7% e 11 deputados, seguido dos independentistas da Candidatura de Unidade Popular (CUP), de extrema esquerda, com 6,7% e nove deputados e do partido de extrema esquerda En Comú Podem (associado ao Podemos), com 6,9% e oito deputados.

O grande perdedor das eleições é o Cidadãos (direita-liberal), que nas eleições de 2017 concentrou o voto útil dos que defendem a união da Espanha e que agora fugiu para o PSC, e desceu de 25,3% para de 5,5% e de 36 para apenas seis deputados.

Por último, o Partido Popular (PP), de direita, obteve 3,8% e três lugares no novo parlamento regional.

as (Efe, Lusa)