Um anjo no pára-choque
16 de setembro de 2003Os carros modernos oferecem cada vez mais comodidade e segurança aos seus passageiros. Mas como é que fica o pedestre? Algumas montadoras já reagiram, ao construir a dianteira dos automóveis com alumínio, mais "macio" em caso de impacto.
Um pesadelo para qualquer motorista. De repente, uma criança surge diante do carro, não dando chance de frear. Enquanto o motorista e seus acompanhantes estão protegidos por cintos de segurança e airbags, a pessoa lá fora sofre conseqüências graves com o impacto.
Para evitar isso, a Siemens desenvolveu uma cadeia de sensores que, instalados no pára-choque do carro, reconhecem um atropelamento em questão de milissegundos e deflagram um sistema de proteção, que consiste num leve levantamento da tampa do motor, para amortecer o choque.
Criança, muro ou árvore?
O sistema só funciona se o carro estiver andando entre 20 e 60 quilômetros por hora. Esta desvantagem, entretanto, não é tão grave ao se considerar que a maioria dos atropelamentos acontece nesta faixa de velocidade.
Difícil de acreditar, mas os engenheiros de segurança que desenvolveram o sistema garantem que funciona. Recapitulando: o pára-choque bate numa perna, impulsionando o pedestre para cima. Da mesma forma como os airbags são acionados no interior do automóvel, num piscar de olhos, a parte traseira do capô se levanta até oito centímetros, numa posição que amortiza o corpo do pedestre, protegendo sua cabeça do maciço bloco do motor.
O sistema, que funciona à base de sensores ópticos, está escondido dentro do pára-choques. Em três milissegundos, a eletrônica identifica se o atingido é uma árvore, um muro ou uma pessoa. No caso deste último, pode interpretar se é um ciclista, uma criança ou um adulto.
Se for um material sólido, não dispara a proteção. Com base na velocidade do veículo e no tamanho do atropelado, calcula a posição exata em que este vai cair sobre o carro. A perfeita dinâmica entre eletrônica e mecânica, desenvolvida pela Siemens junto a parceiros de vários setores da indústria automobilística, deve começar a ser produzida em série daqui a quatro anos.