Urdaneta, a primeira ponte no estilo "Gênova" do mundo
A ponte General Rafael Urdaneta, na Venezuela, foi a primeira de concreto armado pré-fabricado criada pelo engenheiro italiano Riccardo Morandi, que também desenhou a de Gênova. Chegou a ser a maior do tipo no mundo.
Número 1
A General Rafael Urdaneta foi projetada pelo engenheiro italiano Riccardo Morandi, o mesmo que desenhou a ponte que desabou em Gênova em agosto de 2018. Localizado na Venezuela, o viaduto foi construído em "apenas 40 meses" pela empresa nacional Precomprimido, em cooperação com empresas alemãs. Na inauguração, em 24 de agosto de 1962, era a maior ponte do tipo no mundo, com 8,7 km de extensão.
Número 2
"Pela primeira vez no mundo, se projetou e executou uma ponte em concreto armado pré-fabricado com cinco grandes trechos de 235 entre os pilares", explica a construtora venezuelana Precomprimido. Até hoje, entre as pontes do tipo na América Latina, a Urdaneta só foi superada em extensão pela Ponte Rio-Niterói, no Brasil.
Conexão
Com uma largura de 17,40m, que inclui duas pistas laterais, com dois canais de circulação e uma calçada lateral em cada uma das estradas, a ponte une as duas margens do Lago de Maracaibo, conectando a cidade de mesmo nome com o restante da Venezuela. Também conhecida como "Ponte sobre o Lago", a construção se estende de Punta de Piedras, no oeste, a Punta Iguana, no leste.
Destruição
Inicialmente licitada pelo governo do General Marcos Pérez Jiménez (logo destituído), a ponte foi inaugurada pelo então presidente Rómulo Betancourt. Mas, apenas dois anos mais tarde, no dia 6 de abril de 1964, foi atingida pelo navio petroleiro Esso Maracaibo que, depois de perder o rumo, derrubou um trecho de mais de 200 metros da estrutura. Sete pessoas que cruzavam a ponte morreram.
Porta para campos de petróleo
Segundo a empresa venezuelana Precomprimido, que participou da sua construção em 1962, de sua reconstrução em 1964 e das primeiras obras de manutenção (1981 e 1993), a Ponte Sobre o Lago atinge uma altura de 50 metros. Por seus canais de navegação, que ficam 45m acima do nível da água, transitam navios e cargueiros vindos do Mar do Caribe e qeu levam até os campos de petróleo do Lago de Maracaibo.
Corrosão
A salinidade do lago corroeu os cabeçotes das pilastras da ponte. Nos últimos dois anos, a Fundação Laboratório de Serviços Técnicos Petrolíferos, da universidade pública Zulia, ficou encarregada dos trabalhos de manutenção. Sua reabilitação exigiu investimentos vultosos, pelo menos em 1996, 2004, 2012 e 2015, segundo explicou o engenheiro responsável, Alfredo Navarro.
Restauração
Para repelir a umidade, a pintura impermeável que cobre os cabeçotes das pilastras, "enterradas a 60m na rocha basáltica", deve ser retocada a cada cinco anos, segundo explicou Navarro ao jornal venezuelano "Panorama". Além disso, a deterioração tornou necessária a troca de vários apoios móveis que ajudam a expandir e contrair as vigas para distribuir o peso da ponte.
Símbolo
A Ponte sobre o Lago de Maracaibo, considerada pelo jornal "Panorama" como "a estrutura mais importante do oeste da Venezuela", recebeu o Prêmio Nacional de Construção. A foto mostra esta maravilha da engenharia contemporânea iluminada com as cores da bandeira venezuelana durante a final da 42a Copa América em 2007.